quarta-feira, 12 de junho de 2019

Temas Geradores na Prática Pedagógica




        Freire nos apresenta a proposta de trabalhar com temas geradores, partindo dos interesses e da realidade dos alunos, tornando o aprendizado mais significativo. Segundo o autor a escola deveria ter o objetivo de “ensinar a ler o Mundo para poder transformá-lo”. A bagagem de conhecimento e as experiências trazidas pelos alunos são grandes aliados e servem como base para a construção de novos conhecimentos.

Enquanto na concepção ‘bancária’(...) o educador vai ‘enchendo’ os educandos de falso saber, que são os conteúdos impostos; na prática problematizadora, vão os educandos desenvolvendo o seu poder de captação e de compreensão do mundo que lhes aparece, em suas relações com eles não mais como uma realidade estática, mas como uma realidade em transformação, em processo (FREIRE, 1993, p. 71).
     

          Em seus estudos nos mostra como foi significativa a aprendizagem por temas geradores em turmas de alfabetização EJA. Mas, acredito que esta forma de ensina pode ser trabalhada em outras faixas etárias e modalidades de ensino. As diretrizes curriculares propostas para a Educação Infantil estabelecem o uso dos conhecimentos dos alunos como ponto de partida para novas aprendizagens:

É, portanto, função do professor considerar, como ponto de partida para sua ação educativa, os conhecimentos que as crianças possuem, advindos das mais variadas experiências sociais, afetivas e cognitivas a que estão expostas. Detectar os conhecimentos prévios das crianças não é uma tarefa fácil. Implica que o professor estabeleça estratégias didáticas para fazê-lo. Quanto menores são as crianças, mais difícil é a explicitação de tais conhecimentos, uma vez que elas não se comunicam verbalmente. A observação acurada das crianças é um instrumento essencial nesse processo. Os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte de conhecimento para o professor sobre o que a criança já sabe. Com relação às crianças maiores, podem-se também criar situações intencionais nas quais elas sejam capazes de explicitar seus conhecimentos por meio das diversas linguagens a que têm acesso. (BRASIL, 1998, p. 33)

        É importante que o professor seja um observador, ter o olhar atento para conhecer seus alunos, compreender o que já sabem e assim poder planejar suas ações. Através do dialogo também é possível observá-los
      Em meu estágio curricular obrigatória na Educação Infantil pude trabalhar com projetos de aprendizagem, partindo de temas do interesse dos alunos, através de observação foi possível identificar os assuntos. Um exemplo foi quando trabalhamos os animais que voam, uma aluna visualizou um pássaro em cima da escola, trazendo em seu bico uma minhoca, surgiram várias hipóteses e questionamentos.
         É muito gratificante ver os alunos falando sobre algo que é de seu conhecimento, sentem-se seguros e ficam encantados ao realizar novas descobertas.


terça-feira, 11 de junho de 2019

Planejamento em Ação




       Planejar faz parte da ação pedagógica, devemos ter em mente o que pretendemos, quais os objetivos queremos atingir para assim buscar atividades e recursos adequados. Numa proposta inovadora podemos contar com o auxílio dos alunos, que buscaram alternativas para responder as questões norteadoras, que podem partir do interesse e curiosidades. Nesta perspectiva é necessário repensar o currículo, de forma a desenvolvê-lo de forma integrada e assim estabelecendo maior significado.

Um olhar interdisciplinar atento recupera a magia das práticas, a essência de seus movimentos, “O conhecimento nasce dos movimentos contidos nas dúvidas, nos conflitos, nas perguntas/respostas, nas certezas/incertezas que são vivenciadas na 20 solução e ou/propostas, alternativas em superar, assumir, atuar, agir nessa ambigüidade do ser. (FAZENDA,1994)
     
    Em meu estágio curricular em docência na Educação Infantil, trabalhei com projetos de aprendizagem. Constatei que a partir de um determinado tema, de interesse dos alunos, é possível desenvolver diferentes áreas do conhecimento. Trabalhando com animais, além de questões de habitat, alimentação, características, podemos trabalhar questões lógico-matemáticas, através de contagem,  medidas, seriação, questões motoras em brincadeiras de imitações, entre outras. Cabe ao professor buscar alternativas para englobar diferentes áreas do conhecimento. E se avaliar que determinada atividade não teve o resultado esperado, poder adaptá-la de forma a atender os objetivos estabelecidos.
     Planejar exige conhecimento da turma, observação, reflexão e pesquisa, visando atender tanto o currículo como as demandas da turma, do contexto social a qual está inserida a comunidade.


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Expectativas para o estágio



Antes de iniciar meu estágio trouxe as seguintes indagações:

      “Chegou o eixo 8 do Pead, neste semestre será nosso estágio docente. São muitas expectativas, sobre como vai ser, qual professor irá orientar, como trabalhar com ferramentas digitais, sendo que são poucas disponíveis na escola e meus alunos são de turma de jardim 1 ( 4 e 5 anos). Espero que esta experiência e as trocas com colegas, professores e tutores possam contribuir para enriquecer meu trabalho em sala de aula. Acredito que será um momento de grandes reflexões e muita aprendizagem, através das trocas. Penso que o estágio é um momento de inovar, trazer novos recursos e metodologias, adequando para faixa etária e projeto. Já tenho observado minha turma, buscando possíveis temas para desenvolver projetos de aprendizagem. Estou um pouco ansiosa em relação ao TCC, sobre qual dados coletar e o tema que irei escolher para escrever. Este será, com certeza, um semestre de bastante trabalho, onde a organização do tempo será um aliado para poder planejar, fazer as reflexões, coletar dados, já pensar no TCC, além da dedicação a cadeira eletiva, cursos e a interdisciplina de Seminário Integrador.”
          Atualmente, tendo concluído meu estágio, posso dizer que este foi um momento de muita reflexão, de retomar a teoria e trazer para a prática de sala de aula. Com certeza a organização do tempo foi fundamental para organizar o planejamento, recursos e reflexões. As dicas da professora orientadora, assim como os relatos e sugestões das colegas foram muito importantes e contribuíram para enriquecer meu trabalho.  Sinto-me realizar em relatar que consegui inovar, trazer novas propostas que encantaram tanto os alunos como os familiares, procurei trabalhar com tecnologias, mas como a escola não dispunha de recursos, utilizei de uso pessoal. Os alunos tiveram a oportunidade de ser protagonistas na construção do conhecimento, sendo que trabalhamos com projetos de aprendizagens, com temas de interesse dos alunos. O tema para o TCC surgio de algo que fez parte de todo meu estágio, que foi o trabalho com projetos de aprendizagem, cuja questões de pesquisa é “ Como trabalhar projetos de aprendizagem com crianças pequenas na Educação Infantil?”.
          O Pead, me transformou enquanto profissional de educação e acredito que o professor deve estar sempre buscando se qualificar em busca de uma educação inovadora e de qualidade, pretendo continuar me qualificando para ser um diferencial na vida de meus alunos.


Refletindo sobre a prática no PEAD




      Segundo Freire, pensar certo o ensinar "coloca o professor ou, mas amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo das classes populares, chegam a ela” (FREIRE, 2015, p. 31). Cada aluno traz consigo uma bagagem de conhecimentos e vivências que podem ser compartilhados e contribuir para o processo ensino- aprendizagem. É necessário que se estabeleça diálogo entre alunos e professores, e não de dominação, tendo em vista que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 2015, p. 25), através do diálogo o professor transmite segurança ao aluno e possibilita deixar fluir as curiosidades do aluno.

      O professor deve "Saber que ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 2015, p. 47), por diversos momentos, em sua obra, o autor insiste que o professor necessita compreender que "ensinar não é transferir conhecimento", para que haja aprendizagem é necessário que se adquira compreensão sobre o que está sendo estudado, além de estabelecer relações significativas, faz-se necessário a construção de relações que envolvam o respeito, a autonomia e a curiosidade do educando.

       Nesta perspectiva, aluno e professores tornam-se criadores, instigadores, inquietos, curiosos, persistentes e humildes.

       O Pead trouxe esta reflexão sobre como ser professor, que tipo de aluno quer formar e como deve ser o ensino/aprendizagem. Através do curso pude repensar minha prática e procurar ser uma professora melhor, tendo um olhar diferenciado e reflexivo sobre meus alunos, suas necessidades e interesses.


http://janapead2.blogspot.com/2017/08/refletindo-sobre-pratica-no-pead.html

domingo, 9 de junho de 2019

Avaliação na Educação Infantil

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), a avaliação deve ser uma prática sistemática e contínua, tendo como principal objetivo a melhoria da ação educativa. Conforme a Lei nº 9.394 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), o ato avaliativo na Educação Infantil, deve ocorrer sem o objetivo de promoção, mas com a finalidade de acompanhar o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
O professor de Educação Infantil deve ser observador, para poder detectar o que os alunos são capazes de fazer, o conhecimento prévio que trazem e que estão aprendendo. Através da observação é possível detectar quais as necessidades precisam ser trabalhadas, os interesses para construir projetos.
Avaliação nesta faixa etária não é algo que seja feita em um determinado momento especifico, deve ocorrer diariamente. Para auxiliar pode-se fazer registros. Eu trabalho com Educação Infantil, mantenho um caderno de registro que irá me auxiliar no final do semestre a elaborar um parecer descritivo, contendo a trajetória do aluno.
A avaliação serve não apenas para verificar o que os alunos sabem, mas também para que o professor possa avaliar sua prática.
Para Hoffmann (2012) a avaliação na Educação Infantil é, pois, “um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem por um longo tempo e em vários espaços escolares, de caráter processual e visando, sempre, a melhoria do objeto avaliado” (HOFFMANN, 2012, p. 13). A partir da avaliação é possível repensar o planejamento e procurar novas alternativas para alcançar os objetivos propostos.


sexta-feira, 7 de junho de 2019

Análise do Blog

   Segundo Kleiman,

A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza a leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. E porque o leitor justamente utiliza diversos níveis de conhecimentos que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Pode-se dizer com segurança que sem engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão (1989, p. 13).
     
      As leituras realizadas nas interdisciplina do PEAD, o uso do conhecimento prévio (minha prática docente) contribuíram para a construção deste blog. Posso afirmar, que esta escrita ao longo dos semestres contribuíram para uma evolução linguística, comparando os textos desde o primeiro eixo é possível ver o crescimento do nível de exigência da escrita, ou seja, passei a cobrar uma escrita mais reflexiva e contextualizada, proporcionando aos leitores uma melhor compreensão, através dos relatos de experiências.
    Percebo que estou mais exigente com a escrita, muitas vezes lendo e relendo minhas produções. Observando se há interação entre referencial teórico e o desenvolvimento da prática. Através das leituras, o professor é capaz de refletir sobre novas propostas e até repensar deu fazer pedagógico, visando uma educação de melhor qualidade para seus alunos.
      No início da construção deste espaço apenas fazia resumos de trabalhos ou de como tinha sido as propostas de atividades da semana, com o tempo foi mudando o tipo de postagem, buscando trazer reflexões sobre as leituras realizadas.
       A leitura é uma grande aliada no processo de escrita, tanto para conceitos apresentados quanto no aprendizado de sua estrutura e ampliação do vocabulário.








quinta-feira, 6 de junho de 2019

Ser professor



      Para mim ser professor era um sonho de criança, uma brincadeira, que com o passar do tempo se tornou realidade. Após me formar no magistério, segui a carreira, muito focada no papel do professor que fez parte da minha história, o professor tradicional, mesmo trabalhando com Educação Infantil, percebo hoje que na maioria das vezes trazia atividades prontas, com temas que eu julgava interessante.
      Com os estudos do PEAD comecei a pensar que tipo de professora gostaria de ser. E tive a oportunidade de inovar, experimentar muitas questões trazidas nas interdisciplinas. O meu olhar com relação as crianças mudou, estou mais atentas as indagações e necessidades de cada criança. Atualmente trabalho com projetos de aprendizagem, partindo dos interesses dos alunos e dando a oportunidade de participarem ativamente da construção das aprendizagens.

Temos encontrado que esta inversão de papéis pode ser muito significativa. Quando o aprendiz é desafiado a questionar, quando ele se perturba e necessita pensar para expressar suas dúvidas, quando lhe é permitido formular questões que tenham significação para ele, emergindo de sua história de vida, de seus interesses, seus valores e condições pessoais, passa a desenvolver a competência para formular e equacionar problemas. Quem consegue formular com clareza um problema, a ser resolvido, começa a aprender a definir as direções de sua atividade. (FAGUNDES, 1999, p. )

     Muitas vezes me sentir desafiada e não tinha certeza se estava fazendo certo, mas é experimentando, questionando, errando e fazendo de novo, buscando novas alternativas, que aprendemos.
     Percebo que ser professor na atualidade não está sendo fácil, nos deparamos com falta de recursos e de valorização professor. Mas, não devemos nos acomodar, devemos lutar para uma melhor qualidade no nosso ensino. Sinto orgulho de poder dizer que estou fazendo minha parte, procurando qualificação e em pequenas ações que estão transformando minha sala de aula em um ambiente desafiador e construído com o auxílio dos alunos e familiares.