Faz parte da construção de sua identidade sentir-se como parte integrante de determinados grupo ou cultura, seja familiar, escolar, religioso, entre outros. Reconhecendo o ambiente em que vive e sua história, tendo autonomia para utilizar os espaços e estabelecendo relações sociais, criando laços de amizade e companheirismo. Segundo Stobart (1996):
Identidade é um conceito complexo que envolve: língua, religião, memória
compartilhada e um senso de identidade – às vezes de ressentimento e
injustiça históricos. É rica em simbolismos: heróis, batalhas ganhas e
perdidas,
hinos nacionais, músicas, poesia, memórias e nomes de ruas.
Ao ingressar num novo ambiente, como por exemplo, a escola, passamos por um período de adaptação, até sentirmos seguros e pertencentes ao novo ambiente. A nossa identidade é construída através de nossas experiências, individuais e em grupos. O aluno passa a estabelecer vínculos e sentir-se parte integrante deste espaço. Como trabalho na educação infantil, observo a cada ano este processo de passar a fazer parte deste novo grupo, cada aluno tem seu tempo, alguns já chegam interagindo e logo estão integrados, outros precisam de um tempo maior, neste ano na turma de jardim 1 recebi três alunos novos, agora perto do final do ano letivo vejo como eles e as famílias já sentem-se pertencentes ao ambiente.
Participando da rotina, organização e da construção do conhecimento/ projetos faz parte da construção da identidade do ambiente ao qual pertence. A escola funciona seguindo uma organização do tempo, seja na organização diária, seriação, semestres, trimestres, bimestres, além de um currículo com a grau de dificuldade relacionado ao desenvolvimento humano. Segundo Marques (2001), em relação "O tempo é concebido de forma linear, onde os eventos
constituem uma sucessão de acontecimentos cronologicamente
ordenados. A relação entre o "era" (passado), o "não é mais"
(presente) e o "vir a ser" (futuro) obedece, assim, a uma sucessão
linear de mudanças.", sendo assim percebemos na escola que existem conteúdos que são pré requezitos para conhecimentos futuros obedecendo uma ordem linear. Nesta perspectiva entende-se que todas as crianças deveriam aprender no mesmo ritmo para assim passar para etapa seguinte, mas cada um tem seu próprio ritmos assim muitos acabam ficando para trás, sendo reprovado por não atingir os objetivos estipulados para aquele período de tempo.
As diferentes formas de perceber, de pensar, de sentir
da criança passam a ser vistas como ausências de saber. Os caminhos
percorridos pelas crianças, na maioria das vezes, desconhecidos para a
escola, não são reconhecidos como passíveis de levar ao aprendizado.
O que termina acontecendo é que as crianças que não acompanham o
tempo da escola vão ficando para trás... [...] Na medida em que a
criança não acompanha o “tempo” da sua turma, que é o “tempo”
imposto pela escola, ela é posta de “lado”. A criança se perde no
tempo, deixando de existir para a escola e para a professora como se o
tempo para ela parasse (SAMPAIO, 2002, p. 186-187).
http://janapead2.blogspot.com/2016/12/pertencimento-e-identidade.html
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