Refletir sobre a história das pessoas com deficiência é visualizar um caminho de lutas e busca pela igualdade e cidadania. No Brasil percebemos que houve uma grande evolução, a partir da década de 70 onde com as mudanças politicas e surgimento de diversos movimentos sociais de lutas pela democracia e direitos humanos, os movimentos de pessoas com deficiência ganharam força, mas ainda há muito que fazer tanto a nível estrutural quanto social, o preconceito existe e as barreiras de acessibilidade.
Frequentei a APAE por algum tempo levando meu filho em atendimentos, até fui convidada a trabalhar como educadora, mas não me sentia preparada, sei da luta dos pais por acessibilidade, transporte público adaptado e uma melhor qualidade de vida para seus filhos. Muitos têm que entrar em filas de espera para conseguir atendimento em diferentes instituições.
Na escola fala-se muito sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais. A Declaração de Salamanca, que é considerada um dos principais documentos mundiais que visam à inclusão social estabelece entre outros pressupostos que:
As crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar, já que tais escolas constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias (...), construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a Educação para todos (UNESCO, 1994, p. 8-9).
Froebel criou uma metodologia diferenciada para alunos com deficiência através de materiais e jogos. Maria Montessori também criou um método partindo do concreto para o abstrato. Outras pedagogias surgiram para auxiliar os professores. Mas me questiono até que ponto as escolas estão sendo realmente inclusiva ou de certa forma estimulando a discriminação, por não estar preparada para receber diferentes alunos, tanto pela estrutura, por falta de qualificação profissional ou até mesmo por falta de professores, onde os profissionais de inclusão acabam tendo que assumir outras turmas e com a quantidade de alunos por turma fica difícil aplicar uma pedagogia diferenciada ou dar atenção especial.
Contudo, percebemos que ainda há um longo caminho a percorrer em busca da inclusão, não apenas no âmbito escolar, mas nos demais segmentos da sociedade.
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