domingo, 24 de setembro de 2017

Mitos e Preconceito sobre a Pessoa com Deficiência


     Através de muita luta as pessoas com deficiência vem conquistando seus direitos quanto à educação e acessibilidade percebe-se que muito ainda há pra fazer até chegar ao ideal da igualdade. Ainda encontramos uma grande barreira com relação aos mitos e preconceitos criados pela sociedade ao longo da história.
    Para identificarmos as diferenças, nos deparamos com um padrão “ideal” imposto pela sociedade, uma vez que a pessoa não se encontre dentro deste modelo, é apontado com fora da normalidade. Muitos deficientes são considerados incapazes e em desvantagem por suas limitações, mas se encontrássemos uma acessibilidade adequada e realmente garantido a todas as pessoas, as diferenças seriam amenizadas, assegurando a todos os mesmos direitos e possibilidades.
    Na escola muito se tem falado em inclusão, sempre questiono, até que ponto as escolas estão sendo realmente inclusivas, ou estão tratando os deficientes como “coitadinhos” e reafirmando os mitos e preconceitos impostos pela sociedade. Uma escola inclusiva deve assegurar a todos as mesmas possibilidades de aprendizagem, buscar recursos e metodologias que assegure uma aprendizagem significativa. Como professores, temos também uma função social, não apenas ensinar os conteúdos, mas trazer lições para a vida, através de nossas ações podemos minimizar este preconceito, que muitas vezes os alunos trazem de casa e criar estratégias para que ele possa interagir com o grupo e realizar as tarefas com autonomia, dentro das suas limitações.Já trabalhei com alunos de inclusão com deficiência visual e com hidrocefalia, nunca as tratei de modo diferente, assim como os colegas, acredito que o preconceito é aprendido, na educação infantil, a grande maioria das crianças não tem esta maldade.

 A reformulação da escola para incluir os excluídos precisa ser uma revolução que a ponha 
do avesso em sua razão de existir, em seu ideário político pedagógico. É necessário muito
 mais do que uma reformulação do espaço, do conteúdo programático ou dos ritmos de aprendizagem, ou de uma maior preparação do professor. (Kupfer e Petri, 2000: 112)


    A escola foi criada para atendar a demanda dos alunos "normais", entretanto  como afirma Kupfer e Petri, precisa de uma revolução para incluir os excluídos, a escola deveria ser repensada afim de oferecer oportunidade de aprendizagem a todos.
   Contudo, percebemos que é preciso desfazer os mitos de que as pessoas com deficiência não são capazes, para assim minimizar o grande preconceito que ainda existe na sociedade atual.




domingo, 17 de setembro de 2017

Ética na Educação

     Pensar uma sociedade ética e verificar como os valores tem se perdido ao longo dos anos, as pessoas tem se tornado cada vez mais individualistas. Para que tenhamos um mundo melhor, cada um deve fazer sua parte, pensando no bem comum de toda a sociedade. Cortella (2010, pg.106) fala que a ética, no seu sentido de conjunto de princípios e valores, é usada para “responder as três grandes perguntas da vida humana: QUERO? DEVO? POSSO?, questões que devem ser respondidas pensando no coletivo, no bem comum.
     Como educadores temos um grande desafio na atualidade, reensinar valores que estão se perdendo, que não estão sendo ensinados em algumas famílias. Devemos pensar que a muito mais a ser ensinado do que apenas uma grade curricular, estamos formando cidadãos. Cury (2003, pg. 66), no que se refere ao professor diz que devemos:

“estimular o aluno a pensar antes de reagir, a não ter medo do medo, a ser líder de si mesmo, 
autor da sua própria história, a saber filtrar os estímulos estressantes 
e a trabalhar não apenas com fatos lógicos e problemas concretos, 
mas também com as contradições da vida”.

     Podemos contribuir para a formação de uma sociedade ética mostrando a nossos alunos que as atitudes de cada um que contribuem para tornar o mundo um lugar melhor. 


domingo, 10 de setembro de 2017

Inclusão

    Refletir sobre a história das pessoas com deficiência é visualizar um caminho de lutas e busca pela igualdade e cidadania. No Brasil percebemos que houve uma grande evolução, a partir da década de 70 onde com as mudanças politicas e surgimento de diversos movimentos sociais de lutas pela democracia e direitos humanos, os movimentos de pessoas com deficiência ganharam força, mas ainda há muito que fazer tanto a nível estrutural quanto social, o preconceito existe e as barreiras de acessibilidade. 
     Frequentei a APAE por algum tempo levando meu filho em atendimentos, até fui convidada a trabalhar como educadora, mas não me sentia preparada, sei da luta dos pais por acessibilidade, transporte público adaptado e uma melhor qualidade de vida para seus filhos. Muitos têm que entrar em filas de espera para conseguir atendimento em diferentes instituições.
      Na escola fala-se muito sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais. A Declaração de Salamanca, que é considerada um dos principais documentos mundiais que visam à inclusão social estabelece entre outros pressupostos que: 

As crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar, já que tais escolas constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias (...), construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a Educação para todos (UNESCO, 1994, p. 8-9).

     Froebel criou uma metodologia diferenciada para alunos com deficiência através de materiais e jogos. Maria Montessori também criou um método  partindo do concreto para o abstrato. Outras pedagogias surgiram para auxiliar os professores.  Mas me questiono até que ponto as escolas estão sendo realmente inclusiva ou de certa forma estimulando a discriminação, por não estar preparada para receber diferentes alunos, tanto pela estrutura, por falta de qualificação profissional ou até mesmo por falta de professores, onde os profissionais de inclusão acabam tendo que assumir outras turmas e com a quantidade de alunos por turma fica difícil aplicar uma pedagogia diferenciada ou dar atenção especial. 
      Contudo, percebemos que ainda há um longo caminho a percorrer em busca da inclusão, não apenas no âmbito escolar, mas nos demais segmentos da sociedade.




sábado, 9 de setembro de 2017

Diversidade

     Durante pesquisa sobre o preconceito me deparei com uma frase que trouxe grande reflexão:

     Antes de se identificar como um deficiente ou diferente, a criança convive com a idéia de normalidade e assim se percebe, é o olhar o outro que a nomeia e a inscreve como portadora de uma falta ou de um excesso, e mais que isso, a encaminha para o universo dos anomálogos. (LOPES, 2008, p. 03).

      Já trabalhei com diferentes crianças, com deficientes (visual, hidrocefalia e Síndrome de Willians) e na Educação Infantil nunca tinha observado em minhas turmas algum tipo de discriminação, sabiam que havia diferença, mas que eram crianças como eles e ajudavam nas suas limitações. A criança pequena não tem a mesma maldade do adulto. Este ano o olhar do outro, mais especificamente de uma mãe, fez com que a diferença fosse percebida e houvesse discriminação, estamos falando de crianças de 4 e 5 anos. Esta mãe chamou o menino de XXXXX gordão, na frente de outras crianças e mães, desde o acontecido já me deparei com diferentes alunos repetindo a rotulação.
     E agora o que fazer?
     O Pead está me auxiliando a buscar alternativas. Iniciei um projeto, onde através da Literatura estou trabalhando a diversidade, não apenas física, mas cultural.

A literatura infantil pode ser o cerne da construção de uma educação inclusiva, pois operando a partir de sugestões fornecidas pela fantasia e imaginação, socializa formas que permitem a compreensão dos problemas e demonstra-se como ponto de partida para o conhecimento real e a adoção de uma atitude que valorize as diferenças e as particularidades (ZARDO; FREITAS, 2004, p.2).


    A seguir algumas histórias que já trabalhamos:
Painel: Diversidade e Literatura Infantil

Elmer o elefante xadrez

A esquisita aranha Rita

Meninos de todas as cores

domingo, 3 de setembro de 2017

Primeiro encontro presencial EIXO VI

      Esta semana iniciamos o Eixo VI do Pead, no encontro presencial tivemos duas interdisciplinas: Seminário Integrador VI e Questões Étnico-raciais na Educação: Sociologia e História.
      Tivemos um momento de contemplação das poesias de escritores que trazem as questões  de diversidade. Li, e fiquei encantada com um trecho de Caio Fernando Abreu: " Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre se perdeu no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva". 
      Os assuntos abordados trouxeram reflexões sobre a diversidade e o preconceito. Temas que devem ser abordados nas escolas de forma a tentar formar cidadãos que repeitem as diferenças, sendo que todos somos diferentes, seja na cor, raça, cultura e forma física. É triste escutar relatos das colegas e perceber que o preconceito está presente no dia a dia, não só da escola, mas da sociedade em geral.

     Na imagem acima observamos a história de uma colega que sofreu com o preconceito por ser gordinha na época que estava na escola. E fica a pergunta para ser respondida durante o semestre:" _ Como nós professores podemos lidar com situações de discriminação?
     Algumas questões surgiram em debate com meu grupo de estudos:

Dúvidas:
  • Como evitar o preconceito?
  • Por que as pessoas são tão duras e magoam?
  • Por que as pessoas rotulam?
Certezas:
  • Preconceito marca para sempre.
  • Todos somos diferentes.
  • Como professoras temos que ser exemplo.
     Com isso espero que o semestre seja muito produtivo, transformando as dúvidas em certezas e esclarecendo novas questões que surgirem