"Emília Ferreiro e Ana Teberosky iniciaram, em 1974, uma investigação que permitiu demonstrar que o domínio do código escrito é uma aquisição conceituai, é a apropriação de um novo objeto de conhecimento. Com instrumental piagetiano de investigação, partiram da concepção de que a aquisição do conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o objeto de conhecimento e mostraram que as crianças pré-escolarizadas têm ideias, teorias e hipóteses sobre o código escrito; mostraram também como elas chegam a aprender a ler e escrever."
FERREIRO, Emília e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986
Na unidade 2 da interdisciplina EJA, estudamos sobre Práticas pedagógicas e concepções epistemológicas: alfabetização e letramento, no contexto da educação popular, Características da linguagem e do pensamento do educando jovem e adulto e a Psicogênese da língua escrita
Conforme observamos nos textos e vídeos, existem vários motivos que podem ter levado os jovens e adultos a parar os estudos, ou até mesmo nunca tenham os iniciados, entre eles destacamos a necessidade de ingressar no mercado de trabalho para garantir o sustento da família.
Mas a busca por qualificação pessoal e profissional faz com que busquem conhecimento em instituições de ensino que ofereçam o ensino de jovens e adultos.
O currículo e as metodologias devem ser pensadas para atendar as especificidades destes grupos, que diferentemente das crianças, já trazem uma grande bagagem de conhecimento e entendimento da importância e utilidades do mundo letrado, eles não são uma tabula rasa, já trazem diferentes conhecimentos que podem auxiliar no processo de aprendizagem, quanto ao muito letrado já tem alguns conhecimentos sabem diferenciar letras de imagens, reconhecem graficamente propagandas e rótulos, é importante o professor identificar este conhecimento prévio e utiliza-lo em sala de aula. Paulo Freire nos faz pensar que o processo de alfabetização de jovens e alunos, vai muito além de apenas decodificar a escrita e a leitura, mas é um ato político, onde o educando constrói sua aprendizagem é principalmente é capaz de construir da sua história e da sua leitura de mundo, como membro da sociedade. Para o autor a leitura da palavra deve estar ligada a leitura de mundo, infelizmente a realidade que nos deparamos na maioria das escolas é um processo mecânico de ensino que não leva em conta as experiências e hipóteses dos educandos.
Se para o professor é importante conhecer e valorizar os pré-conhecimentos trazidos pelos alunos pequenos, imagina com os jovens e alunos, que podem dividir e refletir com os colegas e professores sobre seus conhecimentos e experiências.
Não tenho experiência como professora da EJA, apenas fiz observação de uma turma e achei muito interessante, a professora não tinha uma postura autoritária, conversava com os alunos, perguntava como foi o dia, demonstrava respeitar a diversidade encontrada na turma, onde tinha alunos mais velhos, que não estudavam a bastante tempo e outros mais jovens, o interessante foi perceber como um ajudava o outro, enquanto a professora mediava a aprendizagem, de acordo com o nível de cada um.
É importante que a escola da EJA seja um lugar motivador e significativo, para evitar a evasão e poder contribuir positivamente na formação destes jovens e adultos.
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