Nós educadores, temos na atualidade um grande desafio, de repensar a educação e as práticas de nossas escolas, onde ainda encontramos modelos extremamente tradicionais, em uma pedagogia diretiva, onde segundo BECKER:
" Para configurá-lo é só entrar numa sala de aula; é pouco provável que a gente se engane.
O que encontramos aí? Um professor que observa seus alunos entrarem na sala, aguardando
que se sentem, que fiquem quietos e silenciosos." (BECKER, 1994)
Pensar uma escola que propicie uma real construção do conhecimento, é reconhecer que o aluno é o protagonista e não um ser oprimido que não tem a oportunidade de refletir, questionar e estabelecer significados. Paulo Freire, em seu livro Pedagogia do Oprimido, já questionava a qualidade da educação, segundo o método de ensino.
“A pedagogia tem de ser forjada com ele (o oprimido) e não para ele, enquanto homens
ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça
da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu
engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se
fará e refará."
(FREIRE, Paulo. Pedadgogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)
Já em Pedagogia da Autonomia FREIRE nos faz refletir sobre nossa prática. A importância de levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos, como ponto de partida para novas aprendizagens. O professor deve ser um facilitador proporcionando momentos de interação e descobertas. O PEAD tem proporcionado além de grandes reflexões o aprimoramento de minha prática, atualmente procuro observar e escutar mais meus alunos para perceber os interesses e necessidades, para então planejar e poder tornar a aprendizagem significativa para meus alunos.
"Propõe que eles explorem este material - cuja
natureza depende do destinatário: crianças
de pré-escola, de primeiro grau, de segundo grau,
universitários, etc.
Esgotada a exploração do material, o professor dirige um determinado
número de perguntas, explorando, sistematicamente,
diferentes aspectos problemáticos a que
o material dá lugar. Pode solicitar, em
seguida, que os alunos representem - desenhando,
pintando, escrevendo, fazendo cartunismo, teatralizando, etc. -
o que elaboraram. A partir daí,
discute-se a direção, a problemática, o material da(s) próxima(s) aula(s)." (BECKER, 1994)
Atualmente, a cada novo tema trabalhado, procuro escutar os alunos, faço questionamentos para que possam criar suas hipóteses. Mesmo trabalhando na Educação Infantil, percebo a importância do registro, seja através de desenhos, confecções com sucatas, teatros ou outras propostas, para verificar a compreensão a cerca do que está sendo trabalhado.
O currículo não deveria ser algo fechado, mas sim adequá-se a realidade e as necessidades da comunidade.
Outra questão que me aflige enquanto educadora é a avaliação. Segundo MÉNDEZ, " A avaliação deve constituir uma oportunidade real de demonstrar o que os sujeitos sabem e como sabem. Somente assim o professor poderá detectar a consciência do saber adquirido e a solidez sobre a qual vais construindo o seu conhecimento" . Mas será que as escolas agem assim? Infelizmente ainda encontramos avaliação baseada na quantidade e não na qualidade, onde o grau de conhecimento é medido apenas por uma prova. Na Educação Infantil, como a avaliação não tem o intuito de promoção, acaba sendo flexível, realizo através de parecer descritivo, onde relato as aprendizagens que observei durante o semestre.
Percebo que ainda existe um longo caminho a percorrer para mudar o sistema escolar, pensando no aluno como centro da aprendizagem. O professor deve repensar sua prática, tornando-se reflexivo e aberto a mudanças
http://janapead2.blogspot.com/2015/06/leitura-pedagogia-da-autonomia.html
http://janapead2.blogspot.com/2015/06/modelos-pedagogicos.html
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